Pensando no design como reflexo

18 janeiro 2022
Pensando no design como reflexo

O início de um novo ano é o momento ideal para repensarmos nossos processos. Sobretudo quando o assunto é trabalho.

É nesse momento que costumo refletir sobre as minhas criações: os rumos que quero tomar e, principalmente, onde quero chegar com o que produzo.

Neste ano, convido você a pensar comigo sobre isso. Hoje, vamos analisar o design como um reflexo.

Ou seja, quero que pensemos no design como um meio ou instrumento que reflete planos ainda maiores.

Se você costuma me ler por aqui e/ou acompanha o meu trabalho, sabe que encaro o design de forma altamente emocional. Minhas peças têm forte carga afetiva, porque é através da memória e dos sentimentos que busco conexão com as pessoas.

Foi pensando justamente em minha assinatura que entendi como a criação é a soma de tantos reflexos - e, quão mais reflexos ela carrega, mais rica e impactante ela se torna.

De uma forma geral, penso que o design pode (ou deve) refletir esferas básicas: o que sou e acredito, o que o público espera e precisa, o que sei e experienciei.

Vamos entender melhor o que tudo isso significa:

O que sou e acredito

Foi-se o tempo em que os profissionais criativos buscavam uma dita “neutralidade” em suas peças. Esse recurso pode, na verdade, empobrecer nossos resultados e limitar a própria criatividade.

Hoje, sabemos que o bom design reflete o seu criador.

Minhas peças traduzem o que penso e acredito sobre o mundo. Conversam com meus valores e sentimentos e, assim, encontram no outro a concordância ou novas possibilidades de reflexão.

Para entender melhor: coloco em minha obra o que sou e o que penso sobre o mundo; entrego respostas para dúvidas e anseios que tenho. São justamente estes pontos que atraem o público, seja por pensarem da mesma forma, seja por desejarem consumir ideias plurais.

O que o público espera e acredita

Como estamos falando em design autoral, coloquei este tópico em segundo lugar de forma proposital.

É evidente que tudo o que produzimos é pensando no outro; buscamos as conexões das quais falei acima, afinal.

Mas é muito importante que a gente não se esqueça que um trabalho próprio, de assinatura, não deve ser uma “fórmula” para o público. É, como dissemos até aqui, o reflexo.

Refletir os anseios, desejos e necessidades das pessoas é fundamental para que a sua mensagem chegue ao público através do design.

Ou seja, a sua obra deve ser funcional para as pessoas - em todos os sentidos possíveis da palavra “funcional” - utilizando a autoralidade como um meio de comunicação.

Esta é uma reflexão para nunca nos esquecermos: o design não pode ser apenas para o outro, ou somente para nós mesmos. Ele é uma soma, uma conversa.

O que sei e experienciei

Até aqui, falamos sobre a carga emocional e subjetiva do design. Mas não podemos nos esquecer do lado racional e assertivo do que fazemos.

Sempre “levanto a bandeira” da aprimoração contínua: estudo, prática, câmbio de ideias, pesquisa.

Não há como fazer um bom design sem estudar sobre design. Isso é indiscutível.

É perceptível, na verdade, quando a obra de um criativo reflete seu alto nível de profissionalismo e dedicação. É justamente por meio dessa experiência que os pontos que conversamos acima podem ser melhor trabalhados nas peças que criamos.

A carga afetiva, a conversa com o público, as sensações… Tudo isso é melhor elaborado e entregue às pessoas quando se têm ferramentas e recursos práticos bem trabalhados.

Por isso, o design também reflete conhecimento. É preciso investir no “saber” como se investe no “sentir”.

Para você, além destes três aspectos, o que o design deve refletir? Como você pensa o seu trabalho criativo? Vamos conversar!

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