A busca pelo equilíbrio é o que guia o trabalho de um designer.
Em proporções, cores, texturas e sensações, é o equilíbrio que traz a tão esperada harmonia às mais variadas criações.
Podemos perceber contrastes equilibrados e harmônicos na própria natureza: muitas vezes, é justamente através do balanço de diferenças que alguns fenômenos existem. O fogo, por exemplo, só queima e se mantém aceso com a existência do ar (ou oxigênio, mais precisamente).
E, já que o assunto é fogo, hoje vamos conversar sobre a termoestética.
Este é um conceito inédito, cunhado por mim, para entender a variação, bem como a harmonia, entre temperaturas, texturas e sensações.
Isto é, a temperatura associada às cores, o aspecto dos materiais e os sentimentos que tudo isso proporciona - além de saber como usar essa relação em favor do bom design.
No círculo cromático, para a termoestética, podemos entender 4 grupos principais: verdes; azuis e violáceos; amarelos, laranjas e marrons; rosas, corais, vermelhos e outros subtons de marrom. Desses 4, reagrupamos em cores frias os 2 primeiros grupos e em cores quentes os 2 últimos.
Em relação às texturas, gosto de agrupar de acordo com os elementos terra, água, ar e fogo, sendo:
- Terra: materiais quentes e mornos, rústicos ou refinados, com ênfase na natureza, na fauna e na flora por meio de peles de animais e vegetais, por exemplo.
- Água: materiais frios ou mornos, que remetem à fauna e flora marinha, como algas, peixes, crustáceos e moluscos, além de vítreos lisos e opacos, areias e pedras claras.
- Ar: materiais etéreos que remetem ao ar, céu, vento, nuvens, nascer e pôr do sol.
- Fogo: materiais quentes, com toque rústico ou refinados pelo fogo, como rochas.
Tendo em vista essas categorias, podemos pensar em peças que combinam elementos contrastantes, como: aço (água - frio) e couro (terra - quente) compondo um sofá, por exemplo. Além disso, ele também pode balancear com as cores: tom amarelado (quente) no assento e detalhes cinzentos (frio) nas costuras.
Visualmente, essa seria uma peça que gera conforto já à primeira vista, pois subentendemos a harmonia de sua composição - não é necessário ser um “expert” para absorver essa sensação, inclusive!
Há também a possibilidade de usar somente texturas, materiais e cores quentes, por exemplo, criando uma peça com outro apelo. Nesse caso, a composição do ambiente, trabalhada com pontos frios e mornos, trará a noção de harmonia.
Em alguns casos, há a necessidade de se criar espaços em que o quente ou o frio prevaleçam - pense numa clínica de saúde ou um templo, por exemplo.
A termoestética é também o recurso ideal para se obter essa atmosfera.
É evidente que há inúmeras outras formas de estimular sensações através do design, mas este é um rico recurso que nós, profissionais criativos, podemos nos basear para iniciar ou refinar nossos projetos.
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