Independente de qual área profissional ou esfera da sociedade estamos falando, o futuro sempre nos aponta uma tendência em comum: a tecnologia.

Quando o assunto é moradia, isso não é diferente.

Há um certo tempo que o movimento de evolução das coisas indica que as novas tecnologias estão respondendo com eficácia às necessidades das pessoas. Mais do que isso, estão abrindo novas formas de viver e se relacionar com os espaços.

Como é de se esperar, a maneira inovadora de ver e agir sobre o mundo é também crescente. Isto é, cada vez mais a tecnologia é indissociável na criação de todos nós, sobretudo para quem trabalha com design, arquitetura e áreas afins.

As mais recentes pesquisas mostram que a relação das pessoas com um espaço “fixo” para morar já está ficando no passado.

Hoje, ouvimos falar sobre opções, soluções e plataformas de coliving e aluguéis flexíveis (de rápida estada) com muita naturalidade, apesar de ainda serem fenômenos recentes - o que, inclusive, mostra a velocidade com a qual as inovações “invadem” as nossas vidas.

Estes dois exemplos são reflexos de um desapego ao ambiente em si: a mudança de mindset de que um lar deva ser fixo, eterno, um bem geracional. Mas, ao contrário do que pode parecer, a priori, também reflete o “viver bem”.

Mesmo com uma espécie de “nomadismo” retornando aos nossos hábitos, morar bem nunca deixou de ser uma necessidade e um interesse prioritário das pessoas. E é justamente aí que está o nosso ponto de atenção!

Criar espaços acolhedores, confortáveis e funcionais, ainda que mais “passageiros” que o habitual, faz parte do nosso imaginário - e essa forma de pensar os ambientes deve crescer muito ao longo dos próximos anos.

Além dos espaços, nós, designers de mobiliário e/ou de demais objetos, temos o desafio de criar peças que, independente de qual ambiente estejam alocadas, tragam a concepção de lar aos usuários.

Ou seja, a demanda da tecnologia, neste segmento, é adaptar o que já fazemos para as realidades que estão crescendo.

Neste contexto, surge também a oportunidade de trabalharmos com mais ênfase e explorar as possibilidades de um mobiliário muito mais flexível e adaptável às novas necessidades.

Afinal, o design multifuncional já é uma realidade, mas existe um universo inteiro a ser desbravado.

Acredito que é preciso ir além das múltiplas funções e pensar o design de forma realmente plural: criar peças que se adequam a qualquer tipo de ambiente, que podem ser facilmente transportadas/alocadas e que se adaptam a diferentes estilos de vida, por exemplo.

É claro que, paralelo a isso, temos muitos outros fenômenos a encarar, como a busca cada vez maior por casas efetivamente sustentáveis, a “internet das coisas” e os ambientes híbridos (para moradia e trabalho). Todas estas são tendências em alta.

Mas, em todos estes casos, é importante que façamos o exercício de pensar de forma inovadora: entendendo as novas demandas para responder com novas formas de morar - e morar bem, é claro.